quinta-feira, setembro 13, 2007

Calcule os juros que vai pagar no seu crédito universitário

Um estudante do ensino superior que opte por contrair um empréstimo bancário garantido pelo Estado, no valor global de 25 mil euros para financiar a frequência num curso de cinco anos, e se decida pelo período máximo de desembolso - 10 anos - pagará 12 mil euros só em juros. Entre aqui para simular quanto terá que pagar pelo seu crédito.

Destes, 3.500 terão que ser amortizados ainda durante os estudos e 1.400 no ano imediatamente a seguir.

As contas resultam da utilização do simulador de crédito disponibilizado ao Jornal de Negócios pelo Santander Totta, um dos sete bancos que aceitaram assinar com o Governo, na passada sexta-feira, um protocolo de adesão ao Crédito para Estudantes do ensino superior com garantia mútua que estará disponível no ano lectivo que está prestes a começar.

Entre aqui, para aceder ao simulador efectuado pelo Santander Totta e testar o seu caso concreto.

No simulador efectuado pelo Santander Totta e que o Jornal de Negócios disponibiliza, há duas folhas de cálculo, consoante o prazo de duração do seu curso tenha três ou cinco anos. Para preencher tem os campos do montante do empréstimo (máximo de 25 mil euros) e a nota de curso, que se for superior a 14 valores traduz-se num juro mais baixo.

A ideia central passa por deixar de ser necessário que o estudante, ou a sua família, sejam obrigados aprestar qualquer tipo de garantia junto das entidades bancária para terem acesso a um empréstimo bonificado que lhes permita financiar os estudos e a vida estudantil. Ou seja, através da criação de um fundo de garantia, é o próprio Estado que assume o risco de incumprimento. Por isso, o "spread" praticado pelos bancos é mais baixo. Mas, ainda assim, os juros não são de negligenciar.

De acordo com o protocolo assinado por BPI, BCP, BES, Santander-Totta, CGD, Montepio Geral, Banif e Banco Comercial dos Açores, a taxa de juro máxima a aplicar nestes créditos bancários, cujo montante total não poderá ir além dos 25 mil euros - 5 mil euros ano -, irá resultar da aplicação da "swap" sobre as taxas juros, acrescida de um "spread" máximo de 1%.

Então vamos às contas. Um estudante que tenha média de 12 valores e opte por pedir ao banco 25 mil euros para financiar um percurso académico de cinco anos, e decida amortizar o empréstimo no prazo máximo de 10 anos, terá que preparar-se para desembolsar quase metade do valor contratulizado só em juros. Mais propriamente, 12 mil euros. Deste montante, 3.500 euros vão ser pagos ainda durante os cinco anos em que está a estudar, 1.400 no ano logo a seguir, e o restante (32.000 euros) durante os dez anos seguintes quando se iniciar a amortização do capital em dívida propriamente dito.

Também foram conhecidas sexta-feira as condições que vão limitar a aprovação do crédito. Isto é, apesar do Governo declarar a "universalidade do produto" em causa, a verdade é que este tipo de empréstimos vão estar vedados aos alunos que, não tendo rendimentos, assumam já um nível de endividamento no sistema bancário igual ou superior a 5 mil euros. Por outro lado, mesmo o aluno que tenha rendimentos não poderá contratualizar o empréstimo se o montante mensal das actuais prestações for superior a um terço do rendimento mensal.

O ministro da Ciência e do Ensino Superior, Mariano Gago, explicou, citado pela Lusa, que quando o novo sistema de empréstimos estiver em velocidade de cruzeiro "deverá abranger um total de 30 mil estudantes".

sexta-feira, setembro 07, 2007

Bancos e Governo assinam protocolos para empréstimos aos estudantes universitários

Sete instituições bancárias assinaram hoje com o Governo os primeiros protocolos de adesão ao sistema de empréstimos para estudantes do ensino superior. A medida vai abranger mais de 30 mil alunos, ou seja, dez por cento dos actuais 350 mil.

Os empréstimos situam-se entre os mil e os cinco mil euros por ano, para um máximo de 25 mil euros nos cinco anos de curso, e terão uma taxa de juro mínima com um spread máximo de um por cento.

Segundo o Ministério de Ensino, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, os empréstimos arrancam já neste ano lectivo.

O ministro Mariano Gago considera o sistema de empréstimos "uma peça central na política sistemática de modernização e qualificação do ensino superior".

No entanto, salientou "o carácter complementar" deste sistema, lembrando que, em paralelo, o Governo já garantiu o aumento progressivo dos fundos disponíveis para bolsas de acção social escolar aos estudantes mais carenciados e a manutenção das propinas nos níveis fixados pela lei actual.

"Pela primeira vez, o Estado responsabiliza-se pela garantia para permitir que todos os estudantes, independentemente dos seu níveis de património ou rendimento, possam ter acesso a este sistema de empréstimos", acrescentou, lembrando que até agora cabia aos próprios estudantes e famílias apresentar as garantias.

Portugal "precisa urgentemente de formações mais exigentes e medidas à escala da competição internacional", sobretudo no que diz respeito a "recursos humanos qualificados", defendeu.

O primeiro-ministro, José Sócrates, também presente na cerimónia, sublinhou que o sistema de empréstimos representa "um ponto de viragem no acesso ao Ensino Superior e uma mudança qualitativa muito importante".

"O que nós pretendemos com este medida é que os jovens tenham possibilidade de construir com liberdade a sua carreira académica e o seu projecto de vida e que se criem mais oportunidades para que todos realizem o seu potencial, recorrendo a suas escolhas e opções", disse José Sócrates.