segunda-feira, dezembro 18, 2006

3 X Miguel Vale de Almeida X 3

A 30.11.06: «"Se eu mandasse"...»

1) Metade das Universidades iam ao ar
2) Metade dos Politécnicos iam ao ar
3) Metade dos cursos iam ao ar
4) Transformava os Politécnicos em verdadeiros... Politécnicos
5) Acabava com cursos unidisciplinares no 1º ciclo
6) Proibia conversas sobre "empregabilidade"
7) Cada Universidade seleccionava os seus alunos
8) Profissionalizava a gestão das Universidades
9) Reduzia Bolonha a um sistema de equivalências europeias
10) Garantia concursos regulares e verdadeiramente independentes para lugares de docentes e investigadores e avaliações sérias destes

Enfim, sonhos despóticos...
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A 5.12.06: «Entre a espada mercantil e a parede burocrática»

Quanto mais uma pessoa entra na engrenagem universitária mais percebe que há dois modelos de referências e práticas em funcionamento hoje: o da empresa e o da repartição pública. Acontece que a Universidade não é - não deve ser - nenhuma destas coisas. Pode e deve ter uma gestão tão eficiente como a duma empresa, mas não tem nem deve ter os propósitos duma empresa; pode e deve ter o desígnio do serviço público, mas não é nem deve ser uma máquina de aplicação de normas burocráticas. O mais caricato - e o mais trágico - é que aqueles dois modelos coexistem, atropelam-se, contradizem-se e simplesmente impedem o desenvolvimento do ensino e da investigação - afinal de contas os desígnios da "coisa".
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A 13.12.2006: «Regresso à casa da partida (again)»

Já saiu o relatório da OCDE que vai servir de base para as mudanças no Ensino Superior (depois do ENQA). Por enquanto está disponível através dum link do «Público» (espero que acessível). Em breve, com certeza, na página da OCDE ou do MCTES. De qualquer modo, já é notícia.

(Ando nisto há vinte anos. Ainda não houve dois anos seguidos sem mudanças, reestruturações, renovações, revoluções, recomeços do zero, transições. Nunca nenhum modelo foi experimentado, vivido, testado pelo tempo. Com tantas análise, relatórios, recomendações, linhas de orientação, etc., já deveríamos ter um dos melhores sistemas de Ensino Superior do mundo. Not.)
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Miguel Vale de Almeida é doutorado em Antropologia, professor no ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa) e director da «Etnográfíca», revista de Antropologia da responsabilidade do Centro de Estudos de Antropologia Social (CEAS) do ISCTE.

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