IST coloca Universidade Técnica de Lisboa na liderança
A venda de bens e serviços deverá render 274 mil euros por dia ao ensino superior universitário público durante o próximo ano, segundo dados do Orçamento do Estado (OE) que está em discussão. Os indicadores previstos para 2009 são substancialmente melhores do que este ano: em 2008, as vendas renderam 228 mil euros por dia, ou seja, menos 20%.
Fazendo as contas a 365 dias, os dados do OE 2009 apontam assim para uma facturação global em vendas ligeiramente superior a 100 milhões de euros. Em 2008, os números globais das 15 universidades públicas ficam-se pelos 83 milhões de euros e em 2007 marcaram pouco mais de 65 milhões de euros. Isto é, em tempos de dificuldades orçamentais no ensino superior, as universidades públicas estão a conseguir angariar mais receitas próprias pela via das vendas.
Quando se divide os 100 milhões de euros pelas 15 instituições, chega-se a uma média de facturação de 6,67 milhões de euros por universidade em 2009 – ou a uma média de 18 mil euros por dia em cada umas das escolas. Entre as actividades que geram estes números, encontram-se, por exemplo, o aluguer de espaços e equipamentos, a venda de publicações, vistorias, alojamento, serviços de laboratórios e o desenvolvimento de estudos, pareceres ou projectos de consultadoria.
Técnica lidera
A instituição mais lucrativa, ainda de acordo com o OE 2009, é a Universidade Técnica de Lisboa – aliás, já o é em 2008. No total, a instituição liderada por Fernando Ramôa Ribeiro tem inscrita uma facturação de 19,1 milhões de euros em vendas, beneficiando sobretudo do papel do Instituto Superior Técnico (IST), que é a maior escola da Universidade.
O IST [em cima, na fotografia], por si só, tem orçamentadas vendas de bens e serviços que ascendem a 14 milhões de euros. À excepção da Universidade do Porto, e naturalmente da Técnica, não há universidade que venda no seu todo tanto como o IST, que é apenas o equivalente a uma faculdade.
Ainda assim, o desempenho do IST é mais modesto do que aquilo que surge discriminado no OE 2008. Para este ano, o IST orçamentou vendas de bens e serviços no valor de 16,5 milhões de euros, substancialmente acima do que está registado no OE 2009.
Voltando à análise por universidade, a Técnica lidera, como já foi referido, graças aos 19,1 milhões de euros que orçamentou para o próximo ano. O Porto é a segunda da lista, com 14,1 milhões de euros. O terceiro lugar pertence à Universidade de Lisboa, com 13 milhões.
Na cauda da tabela, e à semelhança do que já sucede no OE 2008, surge a Universidade da Madeira, com apenas 500 mil euros.
Vendas pesam mais nas receitas
Tal como as propinas, as vendas contribuem para as receitas próprias das universidades. Aqui, o OE 2009 também denota sinais positivos: em 2008, as universidades orçamentaram 272 milhões em receitas próprias; para o próximo ano, o valor é ligeiramente superior a 310 milhões de euros, ou seja, mais 14,6%.
Apesar de os números mostrarem que as instituições estão mais activas junto da sociedade, o caminho ainda está por maturar. É que os 310 milhões representam pouco mais de 25% das receitas totais das universidades, o que denota ainda uma dependência significativa das verbas transferidas pelo Estado e de outros fundos, nomeadamente europeus.
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