sexta-feira, novembro 28, 2008

OCDE sugere mais consórcios regionais para ensino superior português

A OCDE manifestou-se hoje optimista com o progresso do ensino superior português nos últimos dois anos, mas sugeriu mais empenho na criação de consórcios regionais entre instituições, que devem encontrar mais fontes de financiamento.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), Mariano Gago, reuniu com o Comité de Educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) para analisar a evolução da reforma do ensino superior português, dois anos depois de peritos internacionais terem feito um relatório com sugestões, após uma intervenção pedida pelo Governo. Esse relatório esteve na base do processo de reforma lançado pelo MCTES, que incluiu, entre outros, o novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES).

"Estou muito contente com o facto de grande parte das nossas recomendações terem sido implementadas", afirmou hoje, no final do encontro, o principal relator desse relatório, o irlandês Daniel O'Hare, salientando estar "muito impressionado com a velocidade de implementação portuguesa". Para o perito nomeado pela OCDE, "a dinâmica está criada" e falta agora acertar "apenas detalhes regionais", através da "criação de mais consórcios entre Politécnicos e Universidades para desenvolver [as instituições] a nível regional".

O'Hare defendeu ainda a necessidade de que as instituições de ensino superior, tanto portuguesas como europeias, "encontrem outras fontes de financiamento". O ministro Mariano Gago mostrou-se contente com o "reconhecimento público da OCDE e de peritos acerca da forma como a reforma do ensino superior em Portugal foi feita".

Mariano Gago destacou que os países da OCDE consideraram como exemplos a forma como está a ser implementado o regime fundacional, a relação dos politécnicos e das universidades com o exterior, o sistema de empréstimos a estudantes com garantias do Estado e a colaboração com universidades de outros países. "Acho que estamos a assistir a uma revolução em Portugal", disse o ministro português, considerando que "o ensino superior vai ser o ensino básico do futuro". Mariano Gago prevê que em breve "vão entrar mais alunos nos politécnicos do que nas universidades" e destacou que pretende "incentivar a oferta no regime pós-laboral, onde se verifica mais procura".

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