“O pior inimigo do saber não é a ignorância, mas a ilusão de sabedoria”
“É a Crise”, é a frase mais pronunciada nos últimos meses. Sim, a crise existe. Uma crise económica atravessa a sociedade. A crise é também social, cultural, ambiental. Uma crise generalizada. Se a implosão do sistema económico e financeiro é hoje utilizada como argumento de aceleração no processo de transformar as nossas vidas em mercadoria, dos bens aos serviços públicos, tornando o trabalho ainda mais precário, não podemos somente observar atónitos.
Na Grécia, os jovens e os trabalhadores são insurgentes nos espaços públicos contra o seu governo corrupto e as reformas derivantes do neoliberalismo. Na Espanha são inúmeras as Universidades ocupadas nos últimos meses, mobilizadas contra o “processo de Bolonha”. Na Itália há mais de quatro meses o mundo da educação está revoltado e as faculdades dia após dias procuram construir uma outra reforma ao sistema de Ensino Superior. Na França, desde os estudantes e professores dos ensinos médio até aos doutorandos promovem activamente manifestações contra as propostas abusivas do governo francês que minam a educação. Da Alemanha nasceu a ideia de uma “Global week of Action”, tendo a educação como argumento central e principal.
Tais manifestações são em oposição às reformas que não são sectoriais, nem regionais ou nacionais, que seguem um sistema lógico neoliberal numa escala global. Estamos a presenciar actualmente a privatização selvagem da instrução e a absorção da educação superior pelo sistema capitalista. Não podemos acatar, aceitar a manipulação da nossa liberdade de escolher uma profissão não apenas regidos pelo mercado e futuro profissional, mas pela busca constate do saber, com finalidade ao bem comum.
Queremos as Universidades como centros de encontro, intercâmbios, do saber livre e da emancipação autentica.
As decisões políticas relacionadas com a educação e que são contrárias a tais ideais de Universidade e Sociedade, integram o já citado processo de Bolonha, firmado em 1999 por 46 estados europeus.
Nos dias 28 e 29 de Abril em Louvain, na Bélgica, acontece o encontro bienal da conferencia ministerial do Processo de Bolonha para verificar os progressos na adequação do estatuto e as suas próximas etapas, que foram já aprovadas, sem nenhuma consulta aos estudantes, pesquisadores e trabalhadores de toda a Europa. Estarão presentes os ministros da educação dos países europeus, e alguns consultores, como o Business Europe e l’ESU (European Student Union).
Eis o nosso momento de AGIR! A instrução é como a liberdade, não é dada, mas conquistada. Todos juntos em LOUVAIN!
Os poderosos de toda Europa reúnem-se para tratar do nosso sistema educacional, do nosso futuro e, nós, que concretamente vivemos a realidade universitária, não podemos omitir-nos desse evento. Uma ocasião diante de nós, para juntos, unidos como estudantes, pesquisadores, trabalhadores, como europeus ou não, numa só voz, declarar que somos contrários às reformas educacionais ditadas em Bolonha em 1999 pelos estados europeus, defendendo o direito da instrução livre, com acesso a todos, independente da proveniência sócio-economico-cultural, oposto às lógicas económicas. Uma encontro, uma manifestação que deve ir além das fronteiras regionais, nacionais.
Encontramo-nos em LOUVAIN. Enquanto isso, passem a ideia aos grupos académicos, às assembleias estudantis, nos vossos locais de trabalho e estudo.
Para informações: WWW.LOUVAIN2009.COM
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