Cerca de 100 alunos da Universidade de Brasília (UnB) ficaram nus ou seminus, nesta quarta-feira [11 de Novembro], durante uma manifestação de apoio a Geisy Arruda, a estudante de Turismo que chegou a ser expulsa da Universidade Bandeirante (UniBan), em São Bernardo do Campo (SP), por assistir [às] aulas usando um vestido curto."Pela liberdade de expressão e o fim da opressão machista", diziam alguns cartazes usados no protesto dos estudantes da UnB.
No último dia 22 [de Outubro], Geisy teve que deixar a UniBan de São Bernardo do Campo sob escolta policial depois de ser hostilizada e agredida verbalmente pelos estudantes da instituição simplesmente por usar o vestido curto.
O grupo comparou o caso da UniBan com situações de preconceito e machismo registados na UnB. Um exemplo citado durante a manifestação foram os actos de violência sexual ocorridos na Universidade, como o ataque a uma estudante de 18 anos, em Abril deste ano.
A estudante de Serviço Social e militante do Klaus, grupo da causa GLBT da UnB, Luana Gaudad, 20 anos, afirmou que "Todos os dias as mulheres e outras minorias sofrem agressões na Universidade. São agressões verbais, falta de segurança e assédios por parte de professores e funcionários. Todas as minorias, aqui, estão vulneráveis e expostas".
O protesto foi convocado pelos alunos da Sociologia, e rapidamente se espalhou por email e pelo Orkut. "Acreditamos que o movimento estudantil, assim como o movimento social, não pode aceitar nenhuma forma de agressão, machismo ou preconceito", disse Rodolfo Godoi, estudante de sociologia.
No domingo passado, a UniBan anunciou que tinha decidido expulsar Geisy devido a sua "flagrante falta de respeito aos princípios éticos, à dignidade académica e à moralidade". A onda de protestos gerada pela decisão da Universidade foi tamanha que levou a instituição de ensino a readmitir a estudante dois dias depois de expulsá-la.
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