O novo reitor da Universidade do Porto [UP], José Marques dos Santos, promete um papel mais interventivo da instituição, não só a nível nacional, mas também internacionalmente. Prometeu durante a campanha que antecedeu a eleição e voltou a repeti-lo ontem na tomada de posse. Até 2011, altura em que se comemora o 100º aniversário, a academia [portuense] deverá ser uma das melhores 100 da Europa. “Pretendemos que, no ano do seu primeiro centenário, [a Universidade do Porto] esteja entre as 100 melhores universidades europeias, posição essa aferida pelos critérios dos rankings do ensino universitário consagrados e aceites internacionalmente”, reiterou.
Mas em cinco anos há um longo caminho a percorrer e uma série de metas a atingir. Tal como Marques dos Santos traçou, antecipa-se uma “Universidade activa e interveniente, na defesa das suas causas e interesses”. Isso mesmo ficou patente nas várias chamadas de atenção aos pontos fracos do Ensino Superior. Na presença do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, aceitou-se o desafio de “minimizar as consequências da ausência de directivas nacionais claras” no que concerne ao processo de Bolonha e traçou-se o caminho para fazer face “à escassez de recursos”. “A valorização dos resultados da investigação e desenvolvimento requer recursos e competências específicas que também não abundam. Tudo isto faz apelo à cooperação”, apontou o [novo] reitor [da UP].
Apesar da vincada abertura da Universidade do Porto à cooperação com entidades internas e externas, Marques dos Santos não deixou passar em claro as obrigações do poder político [governativo]. Defendendo “a obrigação do Estado financiar o Ensino Superior”, esclareceu que os critérios de atribuição das verbas devem assentar “no reconhecimento do mérito e tendo em conta os resultados de uma avaliação rigorosa”. Talvez por isso, e porque a Universidade do Porto continua a não ver cumprido o contrato-programa, assinado em 2001 com o Governo, o novo reitor [da UP] alertou que estará atento. “Na área das construções, merecerá particular atenção a conclusão dos edifícios programados para a Faculdade de Medicina, Faculdade de Farmácia, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação”, assinalou, atribuindo a responsabilidade dos atrasos “ao não cumprimento pelo Estado da sua parte do contrato-programa celebrado com a Universidade do Porto”.
O discurso incisivo terminou com uma mensagem positiva, certo de que “todas as dificuldades serão vistas como motivações e estímulos”.
terça-feira, julho 04, 2006
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