sábado, agosto 19, 2006

Bolonha pode não avançar em Psicologia da UC

"Na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra a inclusão do mestrado está prevista já para o próximo ano lectivo de 2006/2007. Contudo, sem obter qualquer resposta da DGES [Direcção Geral do Ensino Superior] até ao momento, a situação permanece uma incógnita. O organismo garante que a decisão será tomada e tornada pública o quanto antes, o que não sossega as faculdades, uma vez que o ano lectivo está à porta."

Notícia integral em ACABRA.NET - Jornal Universitário de Coimbra.

1 comentário:

Nelson Fraga disse...

Sem querer "armar-me ao pingarelho", já havia anteriormente aqui questionado onde andava a "bolonhização" de Psicologia da UC, pois (então) não se compreendia muito bem por onde esta andaria [se calhar perdida numa qualquer «Twilight Zone» do gabinete da vice-reitora da UC para a implementação do Processo de Bolonha, Cristina «Santanette» Robalo Cordeiro].
É necessário frisar que a "bolonhização" de Psicologia da UC foi aprovada em Senado Universitário numa mera posição de reles corporativismo e solidariedade da classe docente da UC para com os seus pares da FPCEUC, pois o plano de reestruturação curricular "bolonhizante" apresentado ao Senado Universitário foi tão confuso e mal realizado que se tornou quase ininteligível; mesmo assim, esse plano foi aprovado em Senado da Universidade de Coimbra (quase exclusivamente) pelos representantes do corpo docente.

Sobre esta temática há um artigo do "Público" com bastante mais informação: «Processo de Bolonha em risco nas faculdades de Psicologia».
"(...) as faculdades estão à espera de uma resposta da Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES) sobre o pedido que apresentaram para que os cursos da área tenham o mestrado integrado.
Só depois de conhecerem a decisão da DGES será possível alterarem o plano curricular. Apesar de o prazo legal que a Direcção-Geral tem para comunicar a sua decisão terminar apenas no final deste mês, para as faculdades, com o início do ano lectivo já perto, a adequação a Bolonha
- que visa a criação, até 2010, de um espaço europeu de Ensino Superior - começa a ficar cada vez mais difícil.
"Nós esperávamos uma resposta até 31 de Julho", adianta Luísa Branco, presidente do Conselho Científico da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC). Luísa Branco diz que ainda "há hipóteses" de fazer as alterações necessárias, caso a DGES concorde com a integração do mestrado nos cursos de Psicologia. "Evidentemente que é muito difícil, mas não é impossível", esclarece. "O problema é que não sabemos de nada e o tempo escasseia", queixa-se a responsável.
(...) Para o ministério, a apreciação ainda em curso "não prejudica de forma alguma" o funcionamento dos cursos no ano lectivo de 2006/2007.
(...) Dos 21 cursos de Psicologia que apresentaram o pedido de adequação ao Processo de Bolonha, oito quiseram ter mestrado integrado. Mas, depois de a DGES ter mostrado a intenção de recusar esse pedido, alegando que não havia universidades de referência na Europa com mestrado integrado em Psicologia, três dos cursos - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade Autónoma de Lisboa e Instituto Superior de Psicologia Aplicada - alteraram a proposta para que fosse possível aplicar o plano curricular adequado a Bolonha já em 2006/2007, mas apenas com um ciclo de formação.
Cinco cursos mantiveram a posição - Lisboa, Coimbra, Évora, Algarve e Beira Interior - e ainda estão à espera de uma resposta. Juntamente com a Faculdade de Psicologia do Porto, os representantes das instituições foram ao Parlamento e, perante a Comissão de Educação, rebateram os argumentos apresentados pela DGES. "As universidades de Estocolmo, Sorbonne e Varsóvia têm mestrados integrados em Psicologia", explicou Luísa Morgado, presidente do conselho científico da FPCEUC. Nestas cinco instituições, os alunos candidatam-se, para já, ao antigo programa curricular.
Impasse no Porto
A Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto não chegou a ver o seu pedido de adequação a Bolonha analisado pela DGES. Devido a um atraso na entrega do processo, alegadamente causado por uma funcionária da reitoria, que, ao juntar os diplomas dos cursos de Psicologia e Ciências da Educação numa só carta a enviar à DGES, ultrapassou o peso permitido pelos correios. Os CTT devolveram a carta mas quando a funcionária pagou o peso excedente o prazo já tinha expirado três dias antes.
A faculdade e a reitoria pediram ao ministério que abrisse uma excepção, mas até agora não obtiveram resposta. "Mesmo que a resposta da DGES nos seja favorável, devido ao pouco tempo que temos, deixa de ser praticável avançar com o novo currículo adaptado a Bolonha. As aulas começam no dia 11 de Setembro e o conselho científico só volta a reunir-se no próximo mês, por causa das férias dos funcionários e professores", explica Orlanda Cruz, presidente do conselho directivo da faculdade."


Não compreendo (em absoluto!) a extrema necessidade que Luísa Morgado [presidente do conselho científico da FPCEUC] tem em "bolonhizar" já este ano... No meio desta "salganhada toda" [com o Ministério a ter o descaramento de dizer que «a apreciação ainda em curso "não prejudica de forma alguma" o funcionamento dos cursos no ano lectivo de 2006/2007» (quanto estamos a menos de um mês do início das aulas!!!)] apenas merece especial referência pela positiva Orlanda Cruz [presidente do conselho directivo da Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto] quando esta diz que «devido ao pouco tempo que temos, deixa de ser praticável avançar com o novo currículo adaptado a Bolonha [já este ano]».