Próxima quarta-feira, [dia] 18. Início da tarde. [Cidade de] Viseu. Em silêncio. Estudantes das Escolas Superiores do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), trajados de negro, saem à rua num protesto silencioso contra a política do Governo para o Ensino Superior e, consequentemente, contra as disposições [da Direcção] do próprio IPV, nomeadamente no que se refere ao aumento das propinas. Mas nem tudo se resume à taxa anual de frequência do Ensino Superior. Ainda há o [corte estatal no] financiamento do Ensino Superior e [a implementação d]o processo de Bolonha.
“As propinas têm subido sempre, nos últimos anos, mas não saímos à rua” - lembra o presidente da Associação Académica do IPV, Alexandre Santos. No entanto, o aumento das propinas, admite o dirigente associativo, “é o que tem impacto mais directo na vida dos estudantes”. Para este ano lectivo, as escolas do IPV aumentaram de 700 para 780 euros o valor a pagar pelos alunos, depois de um primeiro anúncio [por parte da Direcção do IPV] que apontava para uma subida [das propinas no valor] de 100 euros.
Os estudantes contestaram e, perante proposta do presidente do IPV, João Pedro Barros, garante o próprio, as Escolas Superiores do Politécnico de Viseu acederam a um aumento de 80 euros e à possibilidade de pagamento “em quatro prestações, em vez de duas [como anteriormente]”. Segundo João Pedro Barros [presidente da Direcção do IPV], a diminuição de 20 euros no aumento previsto [para as propinas deste ano] tem como consequência uma perda de “proveitos das escolas de cerca de 125 mil euros”, num ano em que o IPV viu reduzido o orçamento [provindo do Estado] em cerca de 1,2 milhões de euros, cifrando-se em 17 milhões de euros.
A política de [cortes no] financiamento do Ensino Superior é um dos principais focos de contestação dos estudantes. “As propinas servem [apenas] para pagar a professores e a funcionários e para manter as escolas abertas, que é uma função clara do Estado”, denuncia Alexandre Santos [presidente da Associação Académica do IPV]. O protesto chega também a[o Diploma de] Bolonha, ao processo de uniformização do Ensino Superior no espaço europeu. Alexandre Santos lamenta que em Portugal se esteja a implementar “uma [Declaração de] Bolonha à portuguesa”, “enquanto nos outros países tem havido método e precaução”. A crítica [deste dirigente estudantil] centra-se, sobretudo, em [estar a fazer-se] “planos curriculares e pedagógicos inadequados” na reestruturação dos cursos [com a implementação do processo de Bolonha].
A marcha silenciosa do [próximo] dia 18 [em Viseu] irá percorrer a Avenida 25 de Abril, desde o Campus do IPV, em Repeses, até ao Rossio, e a Avenida Alberto Sampaio até ao Governo Civil de Viseu.
sexta-feira, outubro 13, 2006
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