A Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) está a organizar a 2ª Conferência Nacional de Emprego Científico, que terá lugar no dia 13 de Novembro, em Braga. À semelhança da anterior conferência [denominada «Que Futuro?»], realizada em Maio de 2004, este evento será um espaço privilegiado para a discussão entre bolseiros, outros académicos e investigadores, políticos e empresários, sobre a situação actual do emprego científico em Portugal e possíveis soluções para o futuro.O sistema científico e tecnológico nacional constitui um instrumento de reconhecida importância para o desenvolvimento económico, social e cultural do país. A eficácia desse instrumento e as suas repercussões no desenvolvimento nacional dependem, entre outros factores e em grande medida, da política de emprego científico vigente: do seu alcance, méritos, insuficiências, e da sua adequação às reais necessidades do país.
Tem-se verificado uma evolução positiva ao longo dos últimos anos na formação avançada de recursos humanos em I&D [Investigação&Desenvolvimento]. No entanto, esse investimento, que importa manter e incrementar, não tem sido acompanhado da devida inserção profissional dos recursos formados. A falta de emprego científico em Portugal - fenómeno contraditório face às carências, insistentemente diagnosticadas, que o país revela nesta área - deve hoje ser encarada como um grave problema nacional. Um problema que se repercute e reflecte nos caminhos que procuramos (ou não) para o nosso desenvolvimento colectivo.
Portugal - não o esqueçamos - apresenta no contexto europeu atrasos crónicos relativamente a importantes indicadores, como seja o número de pessoal afecto a actividades de I&D em permilagem da população activa. Este número é não só dos mais baixos de toda a EU [União Europeia] como está também abaixo da média dos países europeus candidatos ao alargamento [da União Europeia] em 2004.
Face a esta situação, a ABIC iniciou um debate em 2004, através da realização da primeira Conferência «Emprego Científico em Portugal, que Futuro?». O Manifesto pelo Emprego Científico, lançado pela ABIC em Fevereiro de 2005, resultou em parte da reflexão saída dessa conferência.
Quatro mesas-redondas [na 2ª Conferência Nacional de Emprego Científico]
Uma vez que se mantêm os pressupostos e as preocupações que nos motivaram em 2004 [aquando da primeira Conferência do Emprego Científico], a ABIC pretende relançar este debate em 2006 com a realização da segunda Conferência do Emprego Científico.
O programa d[est]a 2ª Conferência incluirá quatro mesas redondas subordinadas aos seguintes temas:
1. Evolução do panorama do Emprego Científico em Portugal. A Situação actual. Enquadramento no panorama da UE.
2. Enquadramento da situação europeia. A Estratégia de Lisboa e o Plano Tecnológico. Ferramentas de apoio à criação de emprego científico: reflexos na criação de Emprego Científico.
3. Que tipo de emprego Científico? Condições de prestação do trabalho científico. Carreiras científicas: sua pertinência e estruturação. Situações temporárias (bolsas, contratos a prazo). "Emprego" ou "trabalho"?
4. Emprego científico e desenvolvimento. O papel do sector público e do sector privado. Perspectivas para o desenvolvimento do país. Apresentação de «case studies».
Em paralelo com a Conferência, irá decorrer uma Feira de Emprego Científico, para a qual serão convidadas as empresas potenciais empregadoras de quadros técnico-científicos. As empresas poderão participar nesta feira através de um «stand». Os candidatos a emprego científico têm ao seu dispôr um formulário on-line onde podem introduzir os dados correspondentes aos seus interesses e perfil de competências. Estes dados serão introduzidos numa base de dados com a finalidade de constituir uma Bolsa de Emprego Científico.
2 comentários:
A Feira de Emprego Científico foi cancelada por falta de comparência das empresas [notícia no DN]: "Este falhanço, sublinham os dirigentes da ABIC, é a imagem do desinteresse e da falta de investimento das empresas portuguesas em recursos humanos qualificados, nomeadamente para o desenvolvimento de actividades de investigação e desenvolvimento (I&D). E este também é um dos bloqueios ao emprego científico (e ao desenvolvimento económico do País) há muito identificados por todos."
Por outro lado, o estatuto dos bolseiros vai ser revisto até Abril de 2007 [notícia DN]: "O estatuto dos bolseiros de investigação científica "tem deficiências que não salvaguardam algumas situações" e que, por isso, vão ser corrigidas "até final de Abril de 2007". A garantia é de João Sentieiro, presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o organismo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) que financia bolsas e projectos de investigação."
Quem não puder estar presente na 2ª Conferência Nacional de Emprego Científico pode acompanhá-la on-line.
João Sentieiro, presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), admitiu hoje em Braga [na 2ª Conferência sobre Emprego Científico] um eventual aumento dos valores das bolsas para os investigadores portugueses, mas avisou que isso pode trazer uma diminuição do número de apoios [notícia no Público].
Enfim... mais do mesmo [em termos práticos], este senhor apenas quer dividir para reinar, dando mais [bolsas] a uns tirando [bolsa] a outros, não vê ele o essencial: faltam meios de retribuição digna e justa pelo trabalho realizado pelos jovens-cientistas-bolseiros-portugueses!!
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