"Contaminar os Hospitais com doutorados". Através de um processo que se quer "altamente dinâmico", nas palavras da responsável, Joana Palha, a Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho arrancou, este ano, com um programa, único no País, que prevê que os estudantes de Medicina obtenham um doutoramento (MD-PhD), antes mesmo de se licenciarem. Uma inovação que levará aos Hospitais uma forte componente de investigação.
Por enquanto, "nunca mais de 5% dos alunos [de Medicina] da Universidade do Minho terão acesso a este tipo de doutoramento" já que é condição primordial ter no currículo duas rotações laboratoriais antes da candidatura, e uma terceira depois da admissão, revela a docente. "Geralmente faz-se o doutoramento depois da licenciatura, mas, neste caso, interrompe-se a licenciatura por três anos para obter este grau académico", continua.
Por uma questão de eficácia, já que "muitos alunos ficam com a sensação de serem ultrapassados pelos colegas que acabam a licenciatura primeiro", o MD-PhD será obtido no estrangeiro, no âmbito de um protocolo firmado com as Universidades de Columbia, em Nova Iorque, e a Thomas Jefferson, em Filadélfia. De acordo com o presidente da Escola [de Ciências da Saúde], Pinto Machado, esta integração junto de estudantes norte-americanos na mesma situação, ajudará a encarar o processo de uma forma normal.
O doutoramento prevê uma interrupção no quinto ano do curso[/licenciatura], após o que se espera que a Fundação para a Ciência e Tecnologia disponibilize as bolsas de estudo para os cerca de 12 estudantes da Universidade do Minho (numerus clausus específico) que integrarão o primeiro grupo, dentro de cerca de dois anos. "Ambas as Universidades oferecem uma forma de pagamento das propinas muito mais acessível, mas também é preciso ter em conta o alojamento e a alimentação".
Quando regressarem para concluir o sexto ano [da licenciatura], estes alunos serão uma mais-valia para os Hospitais, no caso concreto para o Hospital de São Marcos, em Braga e para o Hospital de Nossa Senhora da Oliveira, em Guimarães, onde entrarão como internos. "Aí poderão aliar as componentes laboratorial e clínica, indo do Hospital para o laboratório e vice-versa", continua Pinto Machado, corroborando Joana Palha que estima que passará a haver uma maior atenção "em questões de investigação".
Sobre este assunto, realizarem-se doutoramentos antes de concluídas as licenciaturas, já anteriormente havíamos publicado o texto «"É um programa altamente competitivo"...».
sábado, novembro 04, 2006
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