O Presidente Hugo Chávez disse ontem que na Venezuela "não há presos políticos, mas políticos presos", numa resposta a um pedido de amnistia feito pela Conferência Episcopal Venezuelana (CEV). Numa carta aberta, lida na terça-feira pelo bispo Ramón Viloria, os líderes da igreja católica do país pediram ainda que o "socialismo do século XXI" defendido por Chávez, "não se inspire na filosofia marxista".
Numa alusão ao grupo detido durante 2002 e 2003, após o fracassado golpe de Estado contra si, Chávez lembrou que "um terrorista preso não é um preso político". Na missiva, a CEV pedia um perdão para os prisioneiros que estão a ser submetidos a processos judiciais por acções relacionadas com factos políticos. E lembrava "a amplitude que sempre caracterizou o exercício do poder na Venezuela e que também foi aplicada" a Chávez em 1994, dois anos após o golpe contra Carlos Andrés Pérez.
A Conferência Episcopal felicitou o Presidente pela obtenção de um novo mandato nas eleições de 3 de Dezembro, mas deixou também um recado: "Esperamos que a sua proposta de socialismo do séc. XXI seja uma via de transformação do país, aberta à transcendência e à religião, que promova a inclusão de todos os venezuelanos pela via do diálogo, que reafirme os direitos humanos consagrados na Constituição, afastado do capitalismo selvagem e de ideologias marxistas e estadistas cujos resultados foram negativos nos países que as aplicaram."
Incomodada pelas declarações de alguns membros do Governo de que deveria excluir-se o ensino da religião católica das escolas públicas, a CEV pediu para não haver uma "politização ou ideologização da educação". A Igreja propõe que seja a família a controlar o tipo de educação que cada aluno recebe, cabendo ao Estado o papel de a orientar.
quinta-feira, dezembro 21, 2006
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