"Os políticos não podem prometer investimentos em medicamentos para curar doenças que nem sequer foram investigadas", disse [no passado dia 24] o biólogo israelita Aaron Ciechanover, Prémio Nobel da Química [em 2004], na conferência que proferiu no auditório da Fundação de Serralves, no Porto.
O investigador, que ilustrava a tendência de os Governos privilegiarem a investigação científica aplicada, em detrimento da investigação fundamental, tornou a crítica extensiva a "muitas Universidades, que, perante os crescentes constrangimentos financeiros (e para irem buscar o dinheiro disponível), optam por investir na ciência aplicada, que lhes garanta resultados a curto prazo", disse.
"Para a investigação aplicada (para integrar os avanços científicos no processo industrial) é necessário haver alguma coisa onde fazer essa aplicação. E isso só se consegue investindo na investigação fundamental", sublinhou Aaron Ciechanover, de 60 anos, que partilhou o Prémio Nobel da Química, em 2004, com os biólogos Avram Hershko e Irwin Rose, pela descoberta da degradação das proteínas, mediada pela ubiquitina.
O investigador sustentou as referidas críticas com a descoberta que partilhou com os outros dois biólogos, fazendo notar que a investigação sobre a degradação das proteínas começou em finais da década de 1970 e só agora estão a registar-se os primeiros resultados no âmbito da medicina. "Sinto satisfação em saber que o meu trabalho contribuiu para a produção de medicamentos que agora vão aparecendo", sublinhou.
Aaron Ciechanover proferiu esta conferência no âmbito de uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian, que prestou tributo a investigadores que influenciaram significativamente o conhecimento biomédico através de contributos pessoais de excepcional mérito.
segunda-feira, janeiro 29, 2007
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