quinta-feira, janeiro 11, 2007

Universidades inovam mais do que as empresas

As Universidades portuguesas são actualmente as grandes impulsionadoras da inovação no País, registando 34% das patentes nacionais. As empresas, responsáveis por apenas 28% dos registos, têm uma performance "curiosa e preocupante, já que deviam ser a primeira fonte de conhecimento útil", afirmou Sandro Mendonça, professor do ISCTE [Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa]. Segundo dados do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a que o «Diário de Notícias» teve acesso, a protecção de invenções subiu 18% entre 2005 e 2006.

Pela primeira vez, o registo de invenções em Portugal (patentes e modelos de utilidade) ultrapassou a barreira dos 300. Sandro Mendonça, que analisou os dados para a revista «Marcas e Patentes» do INPI, que estará pela primeira vez on-line, conclui que "desde [o ano] 2000 parece haver um «take-off» do nível de patenteamento [em Portugal], embora venha de um impulso das Universidades e não das empresas, que era o esperado".

Do total de 244 pedidos feitos por residentes em Portugal, 83 partiram das Universidades e apenas 70 das empresas. No topo, mantiveram-se os inventores independentes com 85 registos. O professor do Departamento de Economia do ISCTE considera que "o sector público está a fazer o seu trabalho, mas que as empresas não estão a convergir com esse esforço". Apesar de considerar que os dados são positivos, Sandro Mendonça, frisa que "isso não significa que as patentes vão ser transformadas em novos produtos e, por isso, que haja mais competitividade a nível internacional".

O número de pedidos de patentes de residentes esteve praticamente estagnado nos anos 80 e só em 2000 tomou novo fôlego. Os Institutos públicos foram os únicos a iniciar uma tendência de queda, de 14 para 5 pedidos, de 2001 para 2006.

As Universidades praticamente triplicaram a protecção de invenções, passando de 25 em 2001, para 83 no ano passado. O estudo preliminar desenvolvido pelo economista permite concluir que as assimetrias regionais também se têm esbatido. O Centro e o Norte são já a segunda e terceira regiões que fizeram mais pedidos de patentes por milhão de habitantes em 2005, embora a liderança se mantenha em Lisboa e Vale do Tejo.

Pode ler-se a notícia do «Diário de Notícias» na íntegra.

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