quinta-feira, março 22, 2007

Pornografia "aquece" nas Universidades dos EUA

Na mesma altura em que a internet facilita o "boom" da pornografia nos Estados Unidos da América [EUA], as revistas universitárias da especialidade extravasam os muros dos campus e tornam-se fenómenos de popularidade. Os próprios estudantes servem de modelos, ousam nas páginas, arrancam tiragens de milhares de exemplares. «Boink», «H Bomb» ou «Sway» são apenas alguns dos títulos que somam adeptos dentro e fora das Universidades mais conceituadas do país.

"A razão por que gosto desta revista tem a ver com o facto de se poder dizer que aqueles são, de facto, estudantes autênticos... e não os colegiais falsos que encontramos na internet", elogia o radialista Howard Stern, referindo-se à qualidade da «Boink». E o "pornógrafo" assumido lá tem as suas razões.

As imagens de marca da [«Boink», revista de estudantes da] Universidade de Boston primam por nunca receber retoques de Photoshop, têm uma tiragem de dez mil exemplares e serão transformadas no livro «Boink, Sexo na Universidade por aqueles que o praticam», já em 2008, com a chancela da editora Warner Books - do grupo de media francês Hachette.

Mais explosiva de nome é a «H Bomb» (bomba atómica) dos alunos [da Universidade] de Harvard, a misturar ensaios, poesia e ficção com nus artísticos de tom mais provocatório. "Os jovens actuais, sobretudo os de Harvard, passam a maior parte do tempo a desenvolver as mentes e carreiras, sendo-lhes ensinado muito pouco acerca de valores emocionais e sexuais", explica a editora Katharina Cieplakvon Baldegg, mentora do projecto.

Desde o início que a estudante procurava liberdade de expressão numa revista "que as pessoas quisessem realmente ler", conta. Quando Camilla Alexandra Hrdy quis alinhar, a «H Bomb» deu os primeiros passos, a provar que "o inteligente também pode ser sexy". E as publicações pornográfico-estudantis da Ivy League - nome que designa a liga das Universidades de renome dos EUA - não se ficam por Harvard.

Arte contra o preconceito

Na Universidade de Columbia, marcante pelos Prémios Pulitzer e pela Faculdade de Jornalismo, a revista «Outlet» dá o seu contributo à tradição porno das instituições de ensino, revelando imagens e temas à curiosidade do público. [A Universidade de] Chicago adoptou a «Vita Excolatur» e aposta nas sessões fotográficas ao vivo nas instalações do campus.

[A Universidade de] Yale já se rendeu à «Sway» - acrónimo de Sex Week At Yale - com o objectivo de "pensar de forma crítica [e despudorada] o sexo e a sexualidade". [A Universidade de] Vassar, a pioneira, continua a alimentar a sua «Squirm» com fotos explícitas e temas sérios, tratados de modo extensivo com base no mote "pornografia e sensibilidade".

Criatividade e ousadia são, de resto, palavras de ordem tratando-se de potenciar a pornografia universitária. Por cerca de 150 euros, os estudantes alinham em revistas feitas por si e para si, aprendem sobre assuntos sérios, descobrem-se dentro e fora das portas dos campus. E dão luta ao preconceito num dos países mais conservadores do mundo.

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