domingo, agosto 20, 2006

Comunicado do Movimento Estudantil de Luta pela Liberdade na Educação (MELLE) [sobre Praxe(s)]

A praxe académica é justificada por quem a pratica «por ser tradição», uma tradição tão nobre como a escravatura, matar judeus ou o bombardeamento nuclear. Na mente dos velhacos pode-se fazer tudo em nome da tradição!

Na verdade a praxe em Portugal apenas é praticada há décadas na Universidade de Coimbra, tendo sido interrompida na sequência da Revolução de Maio de 68 e só então retomada nos anos 80 por indivíduos matriculados em Universidades de todo o país. Foi o desvanecer dos ideais de Abril e a consagração de uma ditadura mascarada de democracia.

As torturas do passado, incluindo as da PIDE, durante o Estado Novo, são continuadas nos dias de hoje, dentro das Universidades, não raras vezes com a cumplicidade suja das Reitorias.

Os indivíduos que estão ligados à praxe, os que se dizem "Doutores ou Veteranos" são Doutores de coisa nenhuma. Na verdade muitos deles estão há vários anos matriculados na Universidade, a desperdiçar vagas e recursos, num sistema de acesso já de si corrupto e injusto.

Com cumplicidade institucional alguns estudantes universitários cometem crimes no interior das escolas e permanecem incólumes.

Defendemos que as Universidades devem ser espaços abertos que promovam a liberdade e que permitam o livre pensamento.

Não vamos permitir que se continue a ensinar e praticar actos de xenofobia, actos de violência, a coerção, o uso abusivo e indiscriminado de drogas, a humilhação, a afronta à dignidade, a afronta aos direitos da mulher, à igualdade e à tolerância pelas crenças alheias.

Os Reitores das Universidades são responsáveis e devem ser responsabilizados pela cooperação na prática de verdadeiros atentados à democracia e à liberdade, quando ano após ano, os novos alunos continuam a ser humilhados e abusados pelos seus colegas mais velhos com ofensas, psicológicas e corporais, por vezes de inspiração fascista e nazi fazendo crer que estas estão de acordo com a legislação em vigor.

Os Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior devem também ser responsabilizados, por compactuar com estas práticas inconstitucionais e que violam os mais básicos direitos humanos.

Deve o Ministério da Educação em conjunto com o Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, com carácter de urgência, realizar Acções de Formação de carácter pedagógico, de frequência obrigatória por todos os funcionários das Escolas e Universidades portuguesas, para que estes cumpram o dever cívico de identificar e denunciar os abusos e contribuam para uma mais eficaz eliminação das praxes.

Lisboa, 30 de Julho de 2006,
Comissão Nacional do Movimento Estudantil de Luta pela Liberdade na Educação [MELLE].

IndyMedia Portugal

Petição sobre Praxes Académicas... assine-se!!!

POR UM ENSINO SUPERIOR LIVRE, ONDE AS PESSOAS SEJAM RESPEITADAS E TRATADAS COMO... PESSOAS

Embora saibamos que, enquadradas nas praxes, se fazem, por vezes, actividades e jogos que promovem uma verdadeira integração, desenrolando-se de forma responsável, num espírito criativo e divertido, não nos parece que estas sejam a melhor maneira de acolher os novos alunos, pois, com demasiada frequência, são obrigatórias, violentas, humilhantes e sexistas. Por isso, não desempenham um bom serviço à comunidade e perturbam o normal andamento das actividades de ensino, administrativas e técnicas, sendo perfeitamente dispensáveis, como o provam anos e anos de vida académica sem a sua existência. Podem e devem ser substituídas por acções voluntárias, tanto a nível cultural, como de informação e convívio, que favoreçam um bom ambiente para todos.

Por uma consciencialização colectiva neste contexto, a nível nacional, e para que os responsáveis tomem as medidas necessárias à cessação dos abusos perpetrados nas praxes, contrários ao espírito de liberdade e dignidade humana consagrado no meio académico.

sábado, agosto 19, 2006

Bolonha pode não avançar em Psicologia da UC

"Na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra a inclusão do mestrado está prevista já para o próximo ano lectivo de 2006/2007. Contudo, sem obter qualquer resposta da DGES [Direcção Geral do Ensino Superior] até ao momento, a situação permanece uma incógnita. O organismo garante que a decisão será tomada e tornada pública o quanto antes, o que não sossega as faculdades, uma vez que o ano lectivo está à porta."

Notícia integral em ACABRA.NET - Jornal Universitário de Coimbra.