segunda-feira, junho 19, 2006

Editorial de João Morgado Fernandes, no DN

"A Universidade, enquanto pólo de aquisição e construção do saber, morreu. Hoje, pede-se-lhe que seja, em primeira linha, um centro de formação profissional.
(...)
Foi com esse espírito que o chamado Processo de Bolonha encurtou as licenciaturas para três anos. É também à luz dessa eficácia que o Governo português se prepara para exigir a divulgação dos índices de empregabilidade.
(...)
No entanto, a Universidade, se bem que não possa alhear-se do mundo competitivo em que vivemos, não pode igualmente cair no mercantilismo puro.
Quantas vezes um nicho de maluquinhos que se dedicavam a coisas bizarras não deu origem a grandes negócios? Não aconteceu assim, por exemplo, com as novas tecnologias? Não há certas áreas de investigação, nas ciências, por exemplo, condenadas a ser eternamente minoritárias, mas das quais saem profissionais indispensáveis aos progressos da Humanidade?
A excelência pode passar pela massificação, pela elevação do patamar educativo de grandes faixas da população. Mas deve também incluir o direito à diversidade, à aposta naquilo que, sendo inovador, ainda nem sequer tem lugar no mercado de trabalho.
É desejável que, com tanta eficácia, não se esqueça esse papel fundamental da Universidade."

1 comentário:

Nelson Fraga disse...

car@ leitor/a TR:
agradecemos muito a(s) sua(s) visita(s) ao nosso blogue, continue a cá voltar.
começamos a dar-nos com grande regularidade, assim constato (pela grande confluência de opiniões) que talvez o deveríamos convidar a ser membro deste blogue...