quinta-feira, dezembro 14, 2006

Estudantes contra políticas para o Ensino Superior

Estudantes universitários de Coimbra e de Lisboa protestaram, ontem, contra a política do Governo para o Ensino Superior, através de manifestações de rua, abaixo-assinados e um "enterro" simbólico do Ensino Superior.

Em Coimbra, alunos de Direito, Medicina, Sociologia e Psicologia concentraram-se junto do Governo Civil, onde entregaram documentos em que transmitem as suas preocupações e reivindicações relacionadas com o financiamento, propinas e Declaração de Bolonha, entre outras.

Ao «Jornal de Notícias», João Paulo Sousa, do Núcleo de Estudantes de Direito da Associação Académica de Coimbra (AAC), criticou o Processo de Bolonha, ao referir que este acarreta "uma série de problemas" que "tornarão ainda mais precária a situação" dos alunos. Entre eles, destacou a "existência de propinas, de nota mínima e de numerus clausus no acesso ao 2º ciclo", a "falta de Acção Social escolar" e a redução dos anos de licenciatura que se traduzirá na "desvalorização e redução da formação dos licenciados", críticas estas corroboradas pelos alunos de Medicina, Psicologia e Sociologia.

Por seu ladio, Cátia Lapeiro, de Psicologia, acusou também os "ataques do Governo à Educação, através de cortes no financiamento do Ensino Superior e a consequente falta de condições". "Governo aprende, o Ensino não se vende" e "Propinas e Bolonha, é tudo uma vergonha", eram algumas das palavras de ordem que os estudantes entoaram em frente ao Governo Civil de Coimbra.

Já em Lisboa, um "enterro" simbólico e a colocação de uma centena de cruzes na Cidade Universitária marcaram a oposição dos estudantes à política do Governo para o Ensino Superior.

"Este gesto simboliza a morte do Ensino Superior em Portugal na sequência dos cortes na ordem dos 15% previstos no Orçamento de Estado para 2007", disse, em declarações à Lusa, Catarina Martins, estudante do segundo ano de História de Arte e líder do movimento de protesto "Letras em Acção".

O descontentamento dos estudantes prende-se ainda com o que classificam como "aumento brutal" das propinas, na sequência dos cortes orçamentais, e que os estudantes consideram "injusto".

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