quarta-feira, fevereiro 21, 2007

«É preciso apostar na Educação!»

Que a situação do país não é a melhor, já todos nós o sabemos.

Actualmente, a capacidade produtiva da economia portuguesa não tem crescido a um ritmo desejado, em termos de produtividade média os números são baixos e essa é uma das principais razões para que os salários dos portugueses também o sejam.

Em termos de infra-estruturas, não nos podemos queixar, pois, ao longo dos anos, tem-se notado o progresso, mas que não é o suficiente para os portugueses terem um bom nível de vida.

Mas o crescimento de uma economia não se faz só de infra-estruturas. Também é importante para esse crescimento o progresso tecnológico, que tem vindo a aumentar, mas, em comparação aos outros países, estamos muito abaixo das expectativas, e também é importante o capital humano. E é neste último que me vou centrar.

Na minha opinião, este é um dos principais problemas do país, sobretudo ao nível da qualificação técnica e formação intermédia.

Para melhorarmos, é preciso investir na Educação, é preciso considerar a dimensão qualitativa da educação e é preciso combater a elevada taxa de abandono escolar.

Ao longo destes últimos anos, muito se trabalhou nas universidades, para a implementação de uma reforma que tem, como objectivo central, o estabelecimento de um Espaço Europeu de Ensino Superior corrente, compatível, competitivo e atractivo para os estudantes.

Numa altura em que a prioridade é investir no Ensino Superior, tendo em conta que o Processo de Bolonha está a ser implementado e que é preciso apostar-se na formação dos docentes para poderem aplicar este novo conceito, o Estado, sem meias medidas, faz um corte orçamental de cerca de 14 por cento no ensino superior.

E eu questiono-me: como é que as universidades e os politécnicos vão resistir?

Que medidas é que vão tomar para sobreviverem a estes cortes?

Será que é com a dispensa de funcionários, a qual vai aumentar a taxa de desemprego?

Ou será que as condições físicas e humanas de que Bolonha necessita, serão esquecidas e, tendo em conta isso, a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior dará nota negativa às instituições e aos cursos?

Sinceramente, é altura de este governo apostar e investir no ensino, em vez de cortar, tendo em conta que, nestes últimos dois anos, muito pouco se fez, e não esquecendo que uma aposta num ensino credível e de qualidade será uma aposta no futuro dos portugueses.

Finalizando, queria salientar que é vergonhosa a forma como a Assembleia da Republica tratou da petição para o Curso de Medicina no Algarve.

Francamente, as quase 10000 assinaturas conseguidas pelo trabalho, esforço e dedicação dos elementos da JSD resumiram-se a meia dúzia de minutos, os quais nem deram para explicar os nossos motivos e as nossas preocupações em termos de saúde na nossa região.

Enfim, esta é a nossa democracia.
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Eduardo Almeida é coordenador do Ensino Superior da JSD/Algarve, tendo o seu presente artigo de opinião sido publicado no «Barlavento Online - Jornal de Informação Regional do Algarve», no passado dia 15.

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