sexta-feira, junho 01, 2007

Ensino Superior privado é um (pequeno) mundo...

De Julho de 1999 a Abril de 2002, Marques Mendes (actual presidente do PSD) foi presidente da Direcção da empresa Ensino, Investigação e Administração (EIA), proprietária da Universidade Atlântica.

O jornal «Correio da Manhã» noticiou [ontem] que a EIA emitiu [em 30 de Abril de 2002] um recibo de vencimento para Marques Mendes já três semanas depois de este [a 5 Abril de 2002] ter integrado o Governo de Durão Barroso. Marques Mendes foi remunerado [das suas funções de presidente da Direcção da EIA] em senhas de presença, de representação e de combustível.

Marques Mendes foi presidente da Assembleia Municipal de Oeiras entre 1988 e 2005. A partir de 1999 acumulou estas funções com a de presidente da Direcção da EIA.


A Universidade Atlântica tem 16 acionistas institucionais. Na linha da frente encontra-se a Câmara Municipal de Oeiras com 41,31 por cento das acções, seguindo-se a Fundação Berardo com 27,88% das acções da empresa proprietária da Universidade Atlântica, a Tedal – Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. (10,94%), a Caixa Investimentos (4,11%), o Montepio Geral – Associação Mutualista (3,84%), a Coba – Obras, Barragens e Planeamento, S.A. (3,34) e outras com participações mais pequenas.

Encontramos aqui um pequeno mundo!!!
Desde o poder autárquico [Isaltino Morais, presidente da edilidade de Oeiras] até ao comendador Joe Berardo, passando pela empresa de construção civil e obras públicas(!!) Teixeira Duarte [na Tedal] mas também a Coba [consultores para obras, barragens e planeamento...] e sempre com a banca presente, mesmo sendo o banco "do" Estado (CGD) e uma mutualista (Montepio).

Terá sido mesmo Isaltino quem indicou Mendes para a Direcção da EIA. Agora, Isaltino Morais já nem lhe fala e quer saber a razão para Marques Mendes ter sido remunerado em senhas de presença [pelas suas funções de presidente da Direcção da EIA].

Contactado pelo «Diário de Notícias», Marques Mendes optou por não comentar a matéria, só se conhecendo ontem [pelo «Correio da Manhã»] as explicações de Themudo Barata, que na altura era vogal da EIA, garantindo que se tratava de "acertos de contas". Curiosamente, este elemento próximo de Marques Mendes foi designado pelo PSD para o inquérito à Gebalis, empresa municipal de Lisboa. Themudo Barata foi investido para a Gebalis por Sérgio Lipari, ex-vereador do PSD e actual número cinco da lista de Fernando Negrão. Lipari teve como assessor jurídico o actual chefe de gabinete de Marques Mendes, Pedro Vinha da Costa.
Enfim... neste pequeno mundo temos que sicrano, beltrano e fulano (entre)ajudam/cruzam-se... sempre!!

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